"Nosso corpo vai mandando e-mails. Se você não percebe, eles vêm com mais frequência. Todo sintoma é uma chamada: acorde para a vida. Nós somos formados por vários corpos interagindo: o físico, o mental e o espiritual. Cada um necessita de cuidados diferentes."
Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Luiz Alberto Hetem, o diagnóstico da síndrome do pânico é fundamentalmente clínico, com base na história do paciente e nos sintomas. Exames complementares, como neuroimagem, EEG, ECG e exames laboratoriais, são feitos somente para descartar a possibilidade de base orgânica nos casos suspeitos.
Crises
"Você tem medo de estar com algo grave. Você sente falta de ar, pensa que vai morrer enforcada. É um momento limite."
As crises podem durar poucos minutos ou até mais de uma hora. No entanto, na tentativa de evitar que os sintomas se repitam, a pessoa com pânico pode ficar meses ou até anos sem sair de casa. Como não é possível prever quando vai surgir outra crise, ela acaba sofrendo uma ansiedade antecipatória: o paciente fica com medo dos sintomas aparecerem a qualquer momento e numa situação indesejável, como em elevadores, no trabalho ou no trânsito. Para a psicóloga Míriam, com as crises, o paciente percebe que perdeu o controle, pois elas surgem independentemente da vontade dele:
"Crises vêm e vão. É isso que a pessoa precisa entender. É como uma onda no mar. São pontuais e te pegam desprevenido."
Tratamento
O trabalho conjunto de um médico psiquiatra e de um psicólogo é aconselhável por permitir uma abordagem mais completa do caso. Segundo ele, existem medicamentos que bloqueiam as crises de pânico por interferirem nos mecanismos biológicos subjacentes. Já a psicóloga Míriam revela que a primeira coisa que procura fazer com seus pacientes é estimular a atividade física para que o corpo produza endorfinas, substâncias que estimulam a sensação de bem estar.
Preconceito
Muitos pacientes sentem vergonha de falar do problema, pois nunca se sabe como o outro vai reagir:
"Deveria ser feito um trabalho de conscientização para que as pessoas tenham mais respeito pelo o que o outro está sentindo. Os pacientes com pânico sentem medo de ser estigmatizados."
Leia a excelente matéria na íntegra aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário